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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

BALANÇO DE "A VIDA DA GENTE"


Essa semana a novela "A Vida da Gente" se despede da telinha. A primeira novela de Lícia Manzo foi uma grata surpresa na teledramaturgia. A novela teve muitos altos e baixos, mas pode-se dizer que seu saldo é positivo de modo geral.

Desde o início foi muito comentado a semelhança de estilo entre Lícia Manzo e Manoel Carlos. De fato o texto da autora é de uma sensibilidade e realismo admirável. Assim como nas novelas de Maneco, em "A Vida da Gente", as relações são muito humanizadas e próximas da vida real. O título da novela caiu como uma luva porque todas as situações mostradas poderiam acontecer com qualquer ser humano. Na novela não há uma mocinha e um vilão tradicionais, ninguém é só bom ou só mal. Todos tem qualidades e defeitos. Aliás o que não faltou em "A Vida da Gente" foram personagens com seus defeitos explorados ao extremo. Mesmo os protagonistas foram mostrados com suas virtudes e erros.

Lícia Manzo contou sua história com uma grande habilidade ao mostrar a complicada relação das irmãs Ana (Fernanda Vasconcellos) e Manuela (Marjorie Estiano) sem transformar nenhuma delas na vilã ou na vítima. Isso criou um conflito no público, que não sabia direito por quem torcer, porque ambas tiveram erros e acertos ao longo da novela.


Substituir uma novela que foi  sucesso de público e crítica como "Cordel Encantado" não é uma tarefa fácil, mas Lícia soube dar conta do recado direitinho. Logo em sua primeira novela a autora teve de enfrentar o temido horário da verão, que é a principal pedra no sapato das novelas das seis. Além disso, o desempenho ruim de "Malhação" também prejudicou um pouco a novela, que acabou não repetindo o sucesso de "Cordel Encantado", mas quando analiso esses fatores penso que a audiência não foi tão ruim assim e que a novela cumpriu sua missão, mantendo a atenção de um público fiel do início ao fim.

Os destaques de "A Vida da Gente" são muitos. Nem preciso falar do ótimo texto de Lícia Manzo e da direção inspirada de Jayme Monjardim. Ana Beatriz Nogueira deu um show de interpretação na pele da inconsequente Eva, que superprotegia e sufocava Ana, a filha mais nova, enquanto desprezava Manu, a mais velha. Apesar de muito amarga, Eva não foi apresentada como uma vilã e apesar de nos revoltarmos um pouco com algumas de suas atitudes, acabamos compreendendo e até gostando dela, que é uma das melhores personagens da novela. Nicette Bruno como sempre, arrasou na pele da vovó Iná, que estava sempre do lado das netas. Ela e Stenio Garcia formaram um casal muito bonito e a autora discutiu através deles o sexo na terceira idade, de maneira sutil e delicada. 

Através da personagem Moema (Cláudia Mello), que depois dos 50 e tantos anos resolve entrar para a faculdade e realizar o sonho de ser enfermeira,  a autora mostrou que nunca é tarde para correr atrás de um grande sonho. Outro tema interessante mostrado na novela foi a inversão de papéis entre um homem e uma mulher, através de Vitória (Gisele Fróes) e Marcos (Ângelo Antonio). No início da novela era ela quem trabalhava fora e sustentava a casa, enquanto ele cuidava da casa e das filhas.

Fernanda Vasconcellos e Marjorie Estiano mostraram mais uma vez porque são consideradas duas ótimas atrizes da nova geração. A interpretação das duas melhora mais a cada novela  e me arrisco a dizer que elas fizeram suas melhores personagens até agora nessa novela. Rafael Cardoso em seu primeiro protagonista também mostrou muita segurança e competência. Sem dúvida um grande ator que surgiu há pouco tempo, mas já deu provas de seu talento e tem potencial para ir muito longe ainda. Maria Eduarda no papel da imatura e divertida Nanda,  foi ótima nessa novela e suas cenas foram as que transmitiram mais leveza e alto-astral. Também não dá para deixar de falar de Gisele Fróes, que nos presenteou com uma excelente atuação na pele da rígida treinadora Vitória. Ela e Francisco Cuoco, que entrou na metade da novela, mostraram uma grande sintonia em cena. Thiago Lacerda interpretou Lúcio, um personagem diferente de tudo o que já havia feito, e também merece destaque.

        

A ambientação da novela está de parabéns. Lícia Manzo escolheu as cidades de Porto Alegre e Gramado no Rio Grande do Sul, cenário pouco explorado nas novelas da Globo, que em sua maioria são ambientadas no Rio de Janeiro ou São Paulo. Foi bom ver uma novela em outra região.

Mas nem tudo foi perfeito em "A Vida da Gente". O ritmo da novela sempre foi muito lento, principalmente no período em que Ana ficou em coma. A novela ficou um pouco parada e meio cansativa do capítulo 15 ao 50 e só depois da volta de Ana, as coisas entraram nos eixos, mas mesmo assim houve muitos capítulos sem grandes novidades, em que pouca coisa de relevante para a história acontecia. A novela também foi acusada de ser muito depressiva e angustiante, mas isso é exagero na minha opinião. Cada autor tem o seu estilo e quem acompanhou a novela desde o início, sabe que houve muitos momentos divertidos e que nem tudo foi só drama.

Também acho que as relações entre alguns personagens poderiam ter sido melhor exploradas. Por exemplo: Jonas (Paulo Betti) se afastou dos filhos Rodrigo e Nanda no início da novela e depois disso não houve mais qualquer reaproximação entre eles. Jonas nunca conheceu nem a neta Júlia (Jesuela Moro) e também nunca reencontrou a ex-mulher Eva. Também podia ter havido mais conflitos entre Vitória e Alice (Sthefanie Brito), a filha que ela abandonou ainda bebê e que foi criada pelo casal Cícero (Marcelo Airoldi) e Susana (Daniela Escobar). Teria sido muito interessante um conflito entre Vitória e os pais adotivos de Alice, mas os personagens nunca se encontraram. Também acho que o casal Cícero e Susana não teve o destaque merecido. Os dois só começaram a aparecer mais já na reta final da novela. A novela teve um número reduzido de personagens, mas eles ficavam cada um no seu canto. Faltou amarrar mais a trama e fazer os personagens se encontrarem mais uns com os outros.

Além de tudo, vários telespectadores disseram que a novela era feminina demais, que os homens de "A Vida da Gente" eram uns fracos, mas não acredito que tenha sido intenção da autora fazer a novela dessa forma. Simplesmente aconteceu de ela criar muitas personagens femininas fortes na mesma história o que deu a impressão errônea de que todos os homens ficavam à sombra das mulheres, mas basta examinar bem a novela para ver que isso não é intencional.


A autora da novela, Lícia Manzo

Entre as cenas inesquecíveis de "A Vida da Gente", merecem destaque o acidente de Ana, e a cena do acerto de contas entre Ana e Manuela, quando ambas se acusam mutuamente por os erros que cometeram. Essa é a melhor cena da novela até agora. O que nos resta  é acompanhar as últimas emoções da trama, que com certeza serão repletas de cenas para ficar na memória.

Concluindo: Lícia Manzo mostrou que é uma excelente autora e criou uma boa novela, simples e despretensiosa que vai deixar saudades em quem acompanhou. Personagens como Ana, manu, Eva e dona Iná ficarão por muito tempo na nossa memória. "A Vida da Gente" é daquelas novelas da qual guardaremos sempre uma boa recordação.  Lícia Manzo e toda a equipe da novela estão de parabéns!









segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ENTREVISTA: GLORIA PEREZ FALA SOBRE A CARREIRA E SOBRE SUA PRÓXIMA NOVELA


A entrevistada de hoje do blog é a autora Gloria Perez. Formada em História, Gloria começou na televisão como colaboradora de Janete Clair em sua última novela, "Eu Prometo", de 1983. Depois disso ela nunca mais abandonou a televisão. Escreveu sua primeira novela "Partido Alto" em 1984, numa parceria com Aguinaldo Silva. Depois de uma passagem pela TV Manchete no final dos anos 1980, Gloria voltou a Globo, onde continua até hoje. Gloria é autora de várias novelas e minisséries de sucesso e é a única mulher além de Janete Clair, que já escreveu como autora titular para o horário das oito, o mais importante da Globo. Suas novelas também são famosas por discutirem temas importantes e polêmicos, que mobilizam o público e provocam várias reflexões na sociedade, como a doação e o transplante de orgãos em "De Corpo e Alma" (1992), o problema das drogas em "O Clone" (2001) e o tráfico de pessoas, que será um dos temas principais de sua próxima novela, "Salve jorge".

Nessa entrevista Gloria fala um pouco sobre sua carreira, sobre a importância das novelas na discussão de problemas do cotidiano e também sobre "Salve Jorge", que tem estreia prevista para outubro e que tem entre outros nomes confirmados em seu elenco, Rodrigo Lombardi, Nanda Costa, Giovanna Antonelli, Domingos Montagner, Cleo Pires, Letícia Spiller e Cissa Guimarães.

Confira a entrevista:

SUPER TV E MAIS! - Escrever para a televisão era algo que você sempre quis ou pensava em seguir outra carreira?

GLORIA PEREZ -  A televisão sempre me fascinou, pelo alcance, pela possibilidade de chegar a tantas pessoas. Mas eu me formei em História e estava fazendo a tese de Mestrado quando Janete Clair me deu a chance.

SUPER TV E MAIS! - Você começou na televisão como colaboradora de Janete Clair e escreveu o restante da novela "Eu Prometo" (1983). Quais foram as principais lições que você aprendeu com ela?

GLORIA PEREZ - A não ter medo dos sentimentos. Do mergulho nas emoções.

SUPER TV E MAIS! - "Barriga de Aluguel" (1990), seu primeiro grande sucesso na televisão, que está sendo reprisada atualmente no Canal Viva, seria exibida originalmente no horário das oito, mas foi transferida para o horário das seis. Que mudanças você teve que fazer na história para adequá-la ao novo horário?

GLORIA PEREZ - A boate de prostituição onde Clara (Cláudia Abreu) trabalhava foi transformada num barzinho moderno. Essencialmente, só isso.

Cenas de "Eu Prometo" (1983), "Partido Alto" (1984) e "Carmem" (1987).

SUPER TV E MAIS! - Suas novelas costumam discutir muitos temas importantes e polêmicos que logo despertam o interesse do público. Você se preocupou em discutir esses assuntos desde o início de sua carreira de escritora ou é algo que foi surgindo naturalmente?    

GLORIA PEREZ - Desde sempre me preocupei com isso. Se a novela pode fazer um país inteiro discutir quem vai ficar com a mocinha, por que não aproveitar esse alcance para levantar debates que sejam úteis para a sociedade?

SUPER TV E MAIS! - Como você acha que a telenovela ajuda a sociedade ao propor discussões sobre algum fato?

GLORIA PEREZ - O que nós podemos fazer é mostrar o problema e levantar a discussão no país inteiro. Cabe às instituições aproveitar esse momento favorável para transformar reinvindicações em fato! Porque o interesse pelo assunto diminui muito quando termina a novela. Lembro que em "De Corpo e Alma" recebi até carta de agradecimento do INCOR, tantas foram as doações no período em que a novela estava no ar. Depois elas voltaram a ser tão raras quanto antes.


Cenas da minissérie "Desejo" (1990), de "Barriga de Aluguel" (1990) e "De Corpo e Alma" (1992)

SUPER TV E MAIS! - Li que você disse ter escrito uma cena meio absurda na novela "Carmem" (1987), onde uma mulher atirava várias vezes contra o marido e errava todos os tiros mesmo estando a uma distância muito curta dele. Para você como escritora, tudo é possível em uma novela ou até mesmo na ficção deve haver um limite que considere o que é possível ou não de acontecer na vida real?

GLORIA PEREZ - Tudo é possível acontecer na vida real! O inviável só existe na ficção. Fiz essa cena em "Carmem". Era final de capítulo, precisava de um gancho para chamar o público para o dia seguinte - o folhetim vive disso, afinal de contas. Ela deu os seis tiros à queima-roupa e nenhum acertou. Pode ser que tivesse péssima pontaria ou que o intuito fosse apenas assustar o marido prevaricador, não importa.

"Explode Coração" (1995), "Hilda furacão" (1998) e o remake de "Pecado Capital (1998)

SUPER TV E MAIS! - Você tem preferência por alguma das novelas que escreveu?

GLORIA PEREZ - Tenho um sentimento especial por "Desejo" pelo trabalho exaustivo de pesquisa que tive de enfrentar para escrever. Mas eu não chamaria de preferência: cada uma delas tem seu lugar.

SUPER TV E MAIS! - Que outros autores de novela você admira?

GLORIA PEREZ - Admirar, admiro todos, porque sei o quanto de empenho e sacrifício exige de nós escrever uma novela. Mas nesse terreno, sim, tenho uma preferência: minha mestra, Janete Clair.

Fotos de "O Clone" (2001/2002), "América" (2005) e da minissérie "Amazônia" (2007)

SUPER TV E MAIS! - Você tem alguma "técnica" para ficar inspirada quando vai escrever uma novela ou as ideias surgem de repente na sua cabeça?

GLORIA PEREZ - Novela é produção industrial, esteira rolante: são 32 páginas por dia. De modo que menos inspirado ou mais inspirado, você tem de escrever. O que eu faço é deixar fluir a imaginação. Penso que se você tem uma sinopse bem mapeada e personagens com características fortes, fica fácil. 

SUPER TV E MAIS! - O título "Salve Jorge", de sua próxima novela, é definitivo ou tem chances de mudar?

GLORIA PEREZ - É título provisório: pode ficar ou pode mudar. Mas eu gosto muito. O título é uma homenagem ao guerreiro que precisamos despertar em cada um de nós para enfrentar os dragões que a vida nos reserva. Ao mesmo tempo, São Jorge nasceu na Capadócia, Turquia, é o protetor da cavalaria, que vai ser mostrada na novela, no cenário do Alemão pacificado, e invocado, também, pelos que montam nos campeonatos de hispismo, como nosso galã. Falei demais, chega!

"Caminho das Índias", vencedora do Emmy em 2009 e Nanda Costa, que  Costa será a protagonista de "Salve Jorge".

SUPER TV E MAIS! - Como você se sentiu ao ganhar o Emmy por "Caminho das Índias"? Isso faz você sentir uma responsabilidade ainda maior com sua próxima novela ou você não pensa nisso?

GLORIA PEREZ - Me senti muito compensada quando subi naquele palco para ganhar o Emmy. Até porque foi uma novela que exigiu de mim um esforço muito maior: foi escrita literalmente na cadeira da quimioterapia. Guardo esse prêmio com o maior e mais justificado orgulho, mas não penso nele quando escrevo "Salve Jorge". Como em todos os outros trabalhos, só quero contar uma boa história. 


Muito obrigado a Gloria pela gentileza de me conceder essa entrevista, mesmo muito ocupada com os trabalhos de sua próxima novela, que torço para que seja mais um sucesso na sua carreira. 

Vamos ficar de olho nas novidades de "Salve Jorge"!

Clique aqui para ler outra entrevista com Gloria Perez, onde ela fala exclusivamente sobre "Salve Jorge".
                                                                   

sábado, 25 de fevereiro de 2012

OBRAS DE JORGE AMADO NA TELEVISÃO


Em 2012 completam-se 100 anos do nascimento de um dos mais importantes escritores brasileiros, Jorge Amado. Jorge Amado é não só o escritor brasileiro mais popular no mundo todo, mas também o que mais teve obras adaptadas para o teatro, TV e cinema. Hoje na sessão "Recordando", vamos relembrar algumas de suas obras que fizeram grande sucesso também na telinha.

1 - GABRIELA (1975)


Talvez a adaptação mais clássica da obra de Jorge Amado, "Gabriela", escrita por Walter George Durst foi um grande sucesso em 1975 e consagrou a atriz Sônia Braga no papel da sensual personagem-título, que conquistava os homens com seu jeitinho doce e ingênuo, mas muito provocante. Antes da versão de 1975, "Gabriela" já havia sido adaptada pela TV Tupi em 1960. A novela também deu origem a um filme de 1980 também com Sônia Braga, mas de menor sucesso. E nesse ano a novela ganhará um remake na faixa das 23 horas, em homenagem ao centenário de Jorge. A nova versão será escrita por Walcyr Carrasco e terá Juliana Paes no papel principal. 

2 - TERRAS DO SEM FIM (1981)


Também escrita por Walter George Durst dessa vez para o horário das 18 horas, "Terras do Sem Fim", além de basear-se no livro homônimo, reunia elementos de "Cacau" e "São Jorge dos Ilhéus", outras obras de Jorge Amado. A novela que narrava a disputa política entre dois coronéis vividos por Carlos Kroeber e Jonas Mello foi um grande fracasso de audiência e é uma das adaptações menos conhecidas da obra do autor.


3 - TENDA DOS MILAGRES (1985)


Minissérie de grande sucesso adaptada por Aguinaldo Silva em 1985, "Tenda dos Milagres" contava a história do ogã Pedro Arcanjo (Nelson Xavier), que lutava para manter vivas as tradições da cultura negra e mestiça na Bahia.


4 - TIETA (1989)


O maior sucesso de audiência das adaptações da obra de Jorge Amado, a novela baseava-se no romance "Tieta do Agreste" e trazia Beth Faria no papel principal. Escrita por Aguinaldo Silva, a novela narrava a história da sensual Tieta, que voltava a sua cidade natal, Santana do Agreste, mais de 20 anos depois de ter sido expulsa da cidade pelo pai Zé Esteves (Sebastião Vasconcellos), tudo por causa das intrigas de sua irmã, a invejosa Perpétua (Joana Fomm). Tieta volta disposta a se vingar de todos que a humilharam, mas acaba se apaixonando pelo próprio sobrinho, o seminarista Ricardo (Cássio Gabus Mendes), filho de Perpétua. Era o que bastava para Perpétua odiar ainda mais a irmã e fazer o possível para infernizar a vida dela. 


5 - CAPITÃES DE AREIA (1989)


Outro romance de grande sucesso de Jorge Amado, "Capitães de Areia" foi transformado em uma minissérie de 10 capítulos na Bandeirantes em 1989, escrita por Antônio Carlos Fontoura e outros autores. 

6 - TEREZA BATISTA (1992)


Baseada no livro "Tereza Batista Cansada de Guerra" e adaptada por Vicente Sesso, a minissérie contava a   história de Tereza (Patrícia França), que foi vendida ainda jovem por sua tia. Após muitos amores e muitas reviravoltas em sua vida, Tereza finalmente é feliz com seu verdadeiro amor, o pescador Jereba (Humberto Martins).

7 - TOCAIA GRANDE (1995)


Em 1995 o romance "Tocaia Grande: a Face Obscura" foi adaptado por Duca Rachid e outros autores para a TV Manchete e trouxe vários elementos característicos da obra de Jorge Amado, numa tentativa de recuperar a audiência da emissora, que não parava de cair. À princípio a audiência não passou dos três pontos, mas aos poucos a novela foi subindo e atingiu uma repercussão satisfatória para a Manchete.


8 - DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS (1998)


Sensual minissérie de Dias Gomes atualmente em reprise no Canal Viva, conta a história de Dona Flor (Giulia Gam), viúva do malandro Vadinho (Edson Celulari), que se casa novamente com o farmacêutico Teodoro (Marco Nanini), mas Vadinho passa a aparecer para Dona Flor sempre nú, o que a deixa completamente dividida entre os dois maridos. 


9 - PORTO DOS MILAGRES (2001)


Novela de Aguinaldo Silva baseada nos livros "Mar Morto" e "A Descoberta da América Pelos Turcos", "Porto dos Milagres" trazia Antônio Fagundes e Cássia Kiss nos papéis dos malvados Félix e Adma, um casal de golpistas que não tinham limites para chegar onde queriam. A novela trazia muitos romances como o do pescador Guma (Marcos Palmeira) com a rica Lívia (Flávia Alessandra). O romance dos dois era atrapalhado por Esmeralda (Camila Pitanga), que era apaixonada por ele. 


10 - PASTORES DA NOITE (2002)


Exibida dentro do programa "Brava gente" no fim de 2002, essa série de 4 capítulos, trazia no elenco entre outros, Fernanda Montenegro, Lázaro Ramos e Mateus Nachtergaele.

Essas são as obras de Jorge Amado que já foram adaptadas para a televisão. Qual delas é a sua preferida?




sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

DICAS DA SEMANA

1 - DICA DE LIVRO: "GINA", DE MARIA JOSÉ DUPRÉ


















Todo mundo já ouviu falar do clásssico romance "Éramos Seis", de Maria José Dupré, que deu origem a várias novelas de sucesso. "Éramos Seis" é um dos meus livros preferidos, assim como "A Ilha Perdida", da mesma autora. E é por ter gostado tanto desses livros, que sempre tive vontade de ler outros romances da autora, que infelizmente não tem o reconhecimento merecido na nossa literatura, pois seus romances, com exceção de "Éramos Seis" andam meio esquecidos.

"Gina" é um dos melhores livros da autora. Gostei tanto dele quanto de "Éramos Seis" e o recomendo a todos. O livro conta a história de uma garota que vive na miséria com sua família e é obrigada a se prostituir para sustentar a mãe e a irmã, que jogam toda a culpa pela desgraça da família em cima dela. Depois de várias reviravoltas em sua vida, Gina se casa com um homem rico, tem três filhos e passa a viver um dilema: Ela conta ou não para seus filhos que já se prostituiu?

O estilo de Maria José Dupré lembra muito o de Margaret Mitchell, autora do clássico "...E o Vento Levou". Ambas descrevem suas histórias com um tom tão poético, que é impossível não se emocionar com os personagens e suas histórias. Quem já leu "Éramos seis" ou "...E o Vento Levou" sabe do que estou falando. É por isso que recomendo "Gina". Eu acho praticamente impossível ler esse romance e não gostar. "Gina" foi transformado em uma novela das seis na Globo em 1978. Christiane Torloni viveu a protagonista. Infelizmente a novela foi um fracasso e é uma das mais esquecidas da nossa teledramaturgia, porque em virtude do horário de exibição, o tema principal, que era a prostituição de Gina, foi retirado e os personagens foram completamente descaracterizados. 

Depois de ler "Gina", nós aprendemos a não julgar os outros por suas atitudes ou pelo seu passado. Vale a pena ler. Recomendo muito!

2 - DICA DE CD: "A GATA COMEU INTERNACIONAL".


















A dica de cd da semana é de uma das melhores novelas de Ivani Ribeiro, "A Gata Comeu", de 1985, outra novela que teve Christiane Torloni no papel da protagonista Jô Penteado, na minha opinião, a melhor personagem da sua carreira. 

Assisti a reprise da novela em 2001 e gostei não só da história, mas também de suas maravilhosas trilhas sonoras, tanto nacional, como internacional. A década de 1980 foi uma das melhores na história da música internacional e a trilha de "A Gata Comeu" faz até quem não viveu naquela década, ser transportado para os anos 80. Uma das melhores trilhas internacionais que já ouvi, o cd está cheio de músicas ótimas de cantores como Jim Diamond, Madonna, Bryan Adams, Sade e Mick Jagger. 

Ouvir "A Gata Comeu internacional" nos faz voltar no túnel do tempo e proporciona uma ótima sensação de nostalgia mesmo nos mais jovens. Ouçam o cd e confirmem o que estou dizendo.

3 - DICA DE FILME: "OS PÁSSAROS" (1963)



Um dos meus filmes preferidos do mestre do suspense Alfred Hitchcock, "Os Pássaros", de 1963, é um dos filmes mais misteriosos do diretor, pois no final  não é explicado o motivo do ataque raivoso de vários pássaros contra os moradores de uma pequena cidade do interior. A impressão que dá em quem assiste é que os ataques começam quando a protagonista vivida por Tippi Hedren chega à cidade, mas nunca sabemos ao certo se o motivo é esse mesmo.

O fato é que "Os Pássaros" é assustador em várias cenas e o realismo dos ataques dos pássaros é impressionante para a época, quando não havia toda a tecnologia da computação gráfica de hoje em dia. 

Uma característica interessante do filme, é que não há trilha sonora e o principal som que se escuta nele do começo ao fim é o barulho dos pássaros. É um barulho meio assustador, que aumenta a sensação de pânico e claustrofobia que o filme provoca em alguns momentos.

"Os Pássaros" é um filme clássico que estará sempre presente na memória de quem o assistir. Recomendo a todos! Veja o trailer do filme:





Deixe sua opinião sobre essas dicas e até as próximas dicas do blog!  


SBT NÃO SABE APROVEITAR SUAS NOVELAS

"Éramos Seis", grande sucesso do SBT exibida em 1994

Desde 2010 após inúmeras mudanças na programação, o SBT criou três horários para reprises de novelas à tarde. Às 14 e 15 horas são reprisadas novelas brasileiras, enquanto o horário das 16 horas com excessão de "Uma Rosa Com Amor", geralmente é dedicado a novelas mexicanas já reprisadas à exaustão, como "Marimar" e "Maria do Bairro", mas não vou entrar no assunto das novelas mexicanas, pois pretendo falar sobre as boas novelas brasileiras que o SBT já produziu e que não se sabe porquê, estão guardadas no fundo do baú.

Essas novelas da tarde no SBT já conquistaram uma audiência fiel e geralmente tem um desempenho no Ibope melhor do que as tramas inéditas que a emissora exibe à noite, como "Amor e Revolução" e "Corações Feridos". O problema das novelas que o SBT apresenta à tarde, é que a maioria são re-reprises. "Pérola Negra", reprisada em 2010, já havia sido reprisada em 2004. A atual reprise das duas, "Pícara Sonhadora", também já foi reapresentada em 2004, assim como "Fascinação", que atualmente é reprisada mais uma vez às 15 horas. "Canavial de Paixões" já foi reprisada duas vezes, e não me espanto se vinher uma terceira reapresentação. O SBT já divulgou a substituta de "Fascinação" e é claro que será mais uma re-reprise, dessa vez de "Marisol", cuja reprise de 2006 foi picotada por causa da baixa audiência.

"Pérola Negra" e "Fascinação"


É impressionante como o SBT não sabe aproveitar as excelentes novelas de seu arquivo. Na década de 1990, para concorrer com a Globo, a emissora criou um núcleo de teledramaturgia, levou para o seu elenco vários atores globais e produziu ótimas novelas que foram sucesso de público e crítica. Com exceção de "Éramos Seis", considerada a melhor novela do SBT e "As Pupilas do Senhor Reitor", nenhuma dela snunca foi reprisada. Novelas como "Sangue do Meus Sangue" (1995), "Razão de Viver" (1996), "Colégio Brasil" (1996) e "Os Ossos do Barão" (1997), continuam guardadas até hoje e provavelmente nunca serão reprisadas.

E a pergunta é: Por quê? Por que o SBT com tantas novelas boas na gaveta prefere continuar apresentando novelas que já estão desgastadas de tantas reprises, em vez de dar a oportunidade de as novas gerações conhecerem essas grandes novelas que são as melhores que o canal já produziu? Com a onda de nostalgia que tomou conta do público desde o surgimento do Canal viva, as reprises de novelas mais antigas nunca estiveram tão em alta e certamente essas novelas seriam bem sucedidas e manteriam pelo menos a audiência das reprises atuais da emissora. Se o SBT reprisa novelas mexicanas da década de 1990, por que não reprisar também as novelas produzidas pela própria emissora?

"Sangue do Meu Sangue": novela do SBT nunca reprisada.

O SBT precisa aprender a valorizar mais suas novelas. Até mesmo do ano 2000 para cá, há várias novelas que ainda não foram reprisadas, como "O Direito de Nascer" (2001), "Amor e Ódio" (2001), "Seus Olhos" (2004) e "Os Ricos também choram" (2005). Não há justificativa para a emissora reprisar sempre as mesmas novelas.  Se é para apostar em re-reprises, por que não reprisar de novo então, a maravilhosa "Éramos Seis"? O SBT deveria ter reprisado essa novela no ano passado em comemoração aos 30 anos do canal, mas nunca é tarde para rever um grande clássico. Ainda está em tempo de o SBT tirar do baú essas grandes novelas e presentear o público com suas reprises. O que não pode é reprisar sempre as mesmas novelas que nem tiveram tanto sucesso assim.

E você? Qual novela do SBT gostaria de rever?




ENTREVISTA: RENATA DIAS GOMES - 2ª PARTE


Na semana passada publiquei uma entrevista com Renata Dias Gomes, roteirista e uma das atuais colaboradoras de "Malhação". Nessa entrevista Renata falou entre outras coisas, da carreira, da admiração que sente pelos avós Janete Clair e Dias Gomes, e da família. Como eu disse, também tinha feito com ela um jogo de perguntas e respostas rápidas  e que publicaria essa semana, porque na semana passada faltou espaço. Cumpro a promessa agora. Confiram abaixo a segunda e última parte da entrevista com Renata, onde ela fala sobre seus gostos pessoais de novela, filme, livro, entre outros.

SUPER TV E MAIS! - Um autor ou autora de novelas:

RENATA - Dias Gomes e Janete Clair.

SUPER TV E MAIS! - Uma novela inesquecível:

RENATA - "Que Rei Sou Eu?"



SUPER TV E MAIS! - Um ator:

RENATA - Três: Francisco Cuoco, Tarcísio Meira e Tony Ramos.



 SUPER TV E MAIS! - Uma atriz: 

RENATA: Três também: Betty Faria, Regina Duarte e Elisabeth Savalla.


                                   

SUPER TV E MAIS! - Um livro:

RENATA - "Cem Anos de Solidão", de Gabriel Garcia Marquez.

SUPER TV E MAIS! - Um filme: 

RENATA - "Ladrões de Bicicleta" (1948).


                                                                                                                                                                                                                               
SUPER TV E MAIS! - Sua relligião:

RENATA - Sem religião. 

SUPER TV E MAIS! - Um ídolo:

RENATA - Dias Gomes e Janete Clair.

SUPER TV E MAIS! - Um cantor ou cantora:

RENATA - Três: Lulu Santos, Geraldo Azevedo e Rita Lee.

SUPER TV E MAIS! - Uma música especial:

RENATA - Três: "Minha vida" do Lulu Santos, "Dona da Minha Cabeça" do Geraldo Azevedo e "Ovelha Negra" da Rita Lee.



    
SUPER TV E MAIS! - Um disco:                                                                                                            

RENATA - "Útimo Romântico", do Lulu Santos.

SUPER TV E MAIS! - A coisa mais importante da sua vida:

RENATA - O nascimento dos meus filhos Maiara e Tom.




Essa foi a última parte da entrevista com Renata Dias Gomes. Gostaria de agradecer mais uma vez a ela pela gentileza.

Até a próxima entrevista do blog!